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Vocabulário do Corredor: Você Consulta, Você Faz!

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Vocabulário do Corredor: Você Consulta, Você Faz!


Amigos!

Vocabulário do Corredor é uma página do Facebook, ordenada de A a Z, onde o atleta pode consultar e acrescentar novos termos empregados na corrida de rua e atletismo, no geral. Para somar uma expressão de corrida é muito simples: Procure a imagem da sua letra inicial e faça um comentário, como no print de tela abaixo:


Criada em julho do ano passado, a página recebeu incontáveis visitas que aos poucos vão acrescentando novos termos. A ideia é fazer do Vocabulário do Corredor uma base de conhecimento e troca de informação... Aos poucos, vamos chegando lá!...

Se você ainda não conhece o Vocabulário do Corredor, clique no link:

https://www.facebook.com/Vocabul%C3%A1rio-do-Corredor-de-Rua-536849436467690/?fref=ts

Abraços!
Bira.

A Embriaguez da Corrida

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'Escrever sobre corrida neste blog, nesse momento, é como utilizar um celular cuja carga está acabando... Preciso, rápido, de um carregador!... Preciso de um gole de corrida!... Um gole não, preciso me embriagar de corrida!'





Amigos!

A Embriaguez da Corrida


Sob o ponto de vista emocional, 2015 foi terrível para mim. Ficar longo tempo sem correr pode ser fatal para pessoas como eu. Nunca fui atleta de pódio, nem tenho mais idade para isso - acho que sentiria vertigem lá de cima - o meu barato é desfrutar da corrida, e isso: Eu sei fazer!... Faço da corrida uma fonte de inspiração capaz de transformar meu mundo. Quando corro, estabeleço uma conexão com minha cidade - independente do local que esteja - e meu olhar destemido penetra as entranhas dos bairros. As pessoas por quem passo emitem cores, e não é apenas o tingimento de suas roupas. Elas emitem brilho que vai além do reflexo do sol. Elas lançam olhares de crítica ou elogio. Algumas olham mas não me veem, porque estão perdidas nos seus próprios pensamentos. São olhares vazios, que nunca experimentaram ver o mundo passar sob seus tênis de corrida.

Pessoas e bairros passam sob o céu nem sempre azul. Se o tempo está bom, ótimo!... Se o tempo está ruim, pode ser melhor ainda! Correr na chuva é resgatar os momentos mágicos da infância, é descobrir que aquela época jamais passou. Correr no sol é penoso, requer se manter hidratado no calor do Rio, mas no final traz de presente uma bela recompensa no sentimento de superação. Olhar-se no espelho e ver que não tem barriga eleva a auto-estima de qualquer um. Mesmo daqueles que dizem que "O importante é a saúde e não a estética". A saúde e a estética são companheiras de corrida. O prazer e o orgulho são companheiros do corredor. Alguns de nós se embriagam nesses sentimentos mas estão desculpados - pelo menos por mim que também me embriago.

Imagine começar a experimentar tudo isso nos arredores de 50 anos, e manter-se correndo (e se sentindo cada vez mais jovem) por sete anos seguidos, até que uma lesão lhe faça parar... Não precisa imaginar, eu lhe digo: "Isso não é nada fácil!"

A corrida me deu esse blog, onde exponho o que sinto enquanto corro. Esse blog me deu o desafio de melhorar e inovar, sempre que possível, para não cansar o leitor. Sem correr, não tenho mais como criar algumas crônicas que vinham à mente durante o exercício. Escrever sobre corrida neste blog, nesse momento, é como utilizar um celular cuja carga está acabando... Preciso, rápido, de um carregador!... Preciso de um gole de corrida!... Um gole não, preciso me embriagar de corrida! Quero penetrar nas entranhas do mundo que se abrem em qualquer estrada de asfalto ou caminho de terra batida... E quando eu dobrar a esquina, depararei de novo com uma visão endorfinadae colorida... Anotarei cada detalhe e descreverei aqui, só pra você!

Em alguns momentos mágicos, bastava eu sair para treinar que surgiam novas postagens na minha mente: Inspiração.

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Para você que acompanhou BiraNaNet, este ano, muito obrigado e um feliz ano novo!

Abraço!
Bira.

Terapia Para Corredores Lesionados

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...A impaciência de esperar por uma cura que nunca chega e a promessa de por em prática um Plano B, nunca concretizada, pois tudo que se deseja é voltar a correr...


Terapia Para Corredores Lesionados


Amigos!

Deu cinco da tarde, de domingo, quando o sol que castigava o Rio se escondeu atrás de nuvens carregadas. A chuva de verão seria quase certa, a não ser que o vento furioso arrastasse o aguaceiro para o mar. Aparentemente, eu não tinha motivos para estar triste, mas estava... Então me aproximei da minha mulher que assistia um filme e falei: "Edna, a corrida está me fazendo muita falta!..."

O sininho do Messenger tocou anunciando mensagem no meu celular. Era minha amiga Katia Abreu, que há muito não vejo e voltou de Paris para o Rio, dizendo: "Bira, vi sua foto no Facebook... Você parece um monge!... Você está pintando ou escrevendo?" Não daria para responder com o teclado virtual do celular. Disse apenas que estava, há muito, lesionado e sem correr, depois marcamos um almoço.

Do basculante do banheiro eu percebi que o céu ficou ainda mais fechado, e me perguntei: "Há quanto tempo não corro na chuva?!..." Respondi a mim mesmo vestindo a roupa de corrida, como quem diz: "Dane-se a lesão!...Vai ser agora!"

Saí para correr esperando a chuva desabar sobre mim e a cidade, mas ao longo de 17 km o tempo se firmou. Percorri trajetos usuais, ida e volta, entre Irajá e Bonsucesso. A fascite plantar não quis me incomodar, mas estava ali nos pés, qual um fantasma. Eu fingia que a ignorava, retirando o suor da testa com o dedo indicador, feito de um limpador de para-brisas. Eu estava suando de novo!... para ficar perfeito, só faltava ter inspiração para escrever uma crônica do tipo Eu Faço o Meu Tempo, que me veio à mente enquanto eu corria. Mas a ideia que tive foi a de escrever sobre Terapia Para Corredores Lesionados, então vejamos:

Terapia Para Corredores Lesionados


Ninguém gosta de falar de lesão, mas isso pode acontecer com qualquer um. Pior ainda se o problema se estende por meses ou mais de um ano, como é o meu caso. Todos os benefícios obtidos com anos de corrida ficam ameaçados. A barriga, antes sequinha e invejada, fica saliente e desperta a atenção de uma amiga dentro do elevador, que diz: "Parou de correr?... Estou percebendo uma mudança no seu 'shape'..." O comentário me deixa meio sem graça e sem tempo de responder adequadamente até que o elevador chegue ao andar de destino. Só me resta emitir um sorriso labial e fazer um comentário sobre a previsão do tempo - muito mais próprio para quem está em um elevador.

Chato também, é o corredor ter que ficar repetindo que está lesionado toda hora aos amigos que perguntam como estão os treinos. Tem hora que ele não quer tocar nesse assunto. Tem hora que ele quer ignorar que está lesionado, simplesmente para não ressentir do fato. É quando ele entra nas redes sociais e vê todo mundo correndo. É quando ele recebe um monte de convites para um monte de treinos e corridas... Aí, se ele tiver num bom dia, dirá para si mesmo: "Tenha calma, tudo vai passar!..." Mas se o dia for ruim, a vitimização é certa: "Por que isso aconteceu logo comigo?!"

À medida que o tempo vai passando e a lesão não se desfaz, o corredor pode perder a auto-estima, isolar-se dos amigos ou ficar deprimido. Por sorte, a maioria dos corredores têm vida regrada, então não acredito que possam recorrer ao excesso de álcool ou drogas ilegais - a não ser que tenham utilizado a corrida para livrar-se delas, anteriormente. Mas esses seriam casos extremos e pontuais...

Por experiência própria, eu constatei um aumento gradual de irritabilidade e perda de humor. A impaciência de esperar por uma cura que nunca chega e a promessa de por em prática um Plano B, nunca concretizada, pois tudo que se deseja é voltar a correr e não simplesmente substituir a corrida.

Foi pensando nisso tudo que eu liguei para um amigo, o psicólogo Dr. Horácio Holanda e expus o fato. Falei da quantidade cada vez maior de corredores de rua em nosso país e da necessidade, a meu ver, de se criar grupos de terapia para corredores lesionados. Coordenadas por profissionais como Holanda, o grupo corredores lesionados seria conduzido na partilhar de suas dificuldades e na busca do equilíbrio emocional, naqueles momentos difíceis.

Pelo que sei, não existem grupos de terapia com esse perfil, mas se houvesse eu não relutaria em participar. É muito mais fácil partilhar com pessoas que têm problemas semelhantes, até que tudo se resolva e a vida volte à normalidade, seja o problema que for.

Abraços!
Bira.


O Corredor, A Cidade E O Lixo...

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(...) Aprendi a correr desviando de buracos e sacolas de lixo, da mesma forma que aprendi a olhar para cima, nas calçadas de Irajá. Não bastasse a sujeira que jogam no chão, sempre tem um cano despejando a água da lavagem do terraço sobre um pedestre incauto (...)

Montagem com recorte de foto pessoal e imagens da internet - Correndo no Céu - Bira, 05-01-16.

O Corredor, A Cidade E O Lixo...


Amigos!


Ontem eu estava correndo na pista de pedestres da Avenida Oliveira Belo, na Vila da Penha, quando reparei três senhoras idosas terminando uma caminhada. Uma delas dava o último gole em uma garrafa pet de coca-cola que, gentilmente, descartou no chão sob os olhares de suas amigas. Digo "gentilmente" porque aquela senhora não atirou a garrafa no asfalto, mas a camuflou no cantinho de uma mureta - a dez metros de uma lixeira. Minha reação foi automática e falei:

-- Ôh, minha senhora!... Não joga lixo no chão... Vê se pode?... A senhora já não é mais criança!...

Falei isso enquanto recolhia a garrafa e colocava no lixo. Um outro corredor, que passava, apenas riu da situação sem expor o que pensava. Confesso que senti um pouco de remorso por chamar atenção de uma pessoa que podia ser minha mãe, mas prossegui correndo e refletindo para dirimir a culpa que gerou esse conflito.

Logo que encerrei a corrida, pisei acidentalmente numa embalagem de suco de graviola que outra pessoa descartou no chão. O líquido espirrou com força, lambuzando por completo as minhas pernas, além de sujar minha bermuda. A sorte foi ter um posto de combustível por perto onde eu me lavei e sorindo pensei:

-- Será que as velhinhas rogaram praga em mim??


*       *       *       *       *


Hoje de manhã, entrei no Facebook para ver o que meus amigos postavam e, coincidentemente, o assunto era o lixo deixado nas praias do Rio. Li os comentários que criticavam a postura do povo e me lembrei que no subúrbio, onde eu moro, a coisa é bem pior. Quem anda nas ruas deve ficar atento para não tropeçar na sujeira. Quem corre na beira da estrada, tem que saber se desviar da lixarada...

Como Correr Desviando do Lixo?

Aprendi a correr desviando de buracos e sacolas de lixo, da mesma forma que aprendi a olhar para cima, nas calçadas de Irajá. Não bastasse a sujeira que jogam no chão, sempre tem um cano despejando a água da lavagem do terraço sobre um pedestre incauto.

Uma sucata de carro foi abandonada no meio-fio. Uma dezena de camelôs tomaram conta da calçada, por onde os motociclistas também cortam caminho. Mais adiante, um bando de urubus se empoleiram nos postes de luz. Eles estão de olho na galinha que jaz em um despacho, e aguardam o momento de dar o bote. Alguém taca fogo num monte de pneus velhos que foram despejados na esquina. A fumaça negra se espalha, mas não consegue acordar um usuário de crack, que dorme em um colchão imundo, sob a marquise do metrô.

Se de manhã a limpeza urbana passa deixando as ruas limpas, não demora muito para a sujeira retornar. Sempre que corro, no subúrbio, reflito sobre isso. Reflito sobre os decibéis de lixo sonoro que invadem meus ouvidos... É inquestionável que o subúrbio está repleto de lixo, muito mais que as praias da Zona Sul.

Mesmo assim, é possível entender que dentro da meia-água, de uma favela que margeia a estrada, não há espaço para as pessoas armazenarem o lixo que é jogado na rua. Mesmo assim, é possível entender que o camelô, que ocupa uma calçada, tenta sobreviver. É possível entender que o usuário de droga é um doente e até que o motociclista não teve educação. Entender que os despachos que apodrecem na encruzilhada poluem tanto quanto o barulho estridente de certas igrejas, e que, mesmo assim, manifestam a busca religiosa de alguém. Tudo aquilo que causa desordem urbana no subúrbio pode ser justificado dessas formas. E se assim entendemos, estamos diante de um conflito. É um conflito idêntico ao que eu tive quando chamei a atenção uma senhora que poderia ser minha mãe, no começo desta história, ao invés de tentar entender suas limitações.

O subúrbio e as pessoas parecem ter mais limitações do que limites. Para entender tal fato, eu precisei pisar num frasco de suco de graviola descartado na rua, na cena já descrita. Precisei xingar um palavrão, naquele momento, mas em seguida rir da situação para não deixar que a poluição das ruas invadisse meu peito.

Correndo e vivendo no subúrbio eu percebi que acima do cano que atira água sobre quem passa na calçada existe um céu azul. Percebi que o céu do subúrbio não difere do céu dos mais belos lugares e descobri que o mundo é igual, quando se está no céu.

Abraço!
Bira.

Não Deixe a Crise lhe Afastar da Corrida!

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(...) Preocupo-me Contigo, que quando entrou para a corrida, transformou sua vida para muito melhor. Agora, Você não pode perder todo esse ganho para a crise... Então resista! Faça o que for possível para manter-se ativo!... (...)

Crise Corrida, recortes de imagens com edição no Paint e no Gimp - Bira, 09/01/16.

Não Deixe a Crise lhe Afastar da Corrida!

Amigos!

O foco desta postagem não é Economia ou Política. Já tem muita gente falando disso por aí, e as notícias não são nada boas. Quero falar com Você, que tem dificuldades correr em meio à crise que atinge o país. Você que quando entrou para a corrida, transformou sua vida para muito melhor, não pode perder esse ganho para a crise... Você que vai resistir, e fazer o possível para manter-se ativo, este ano!...

Hoje cedo, eu me fiz a seguinte pergunta:

-- Quanta gente estaria deixando a corrida, nesse momento, por desemprego ou falta de grana?...

Depois entrei no whatsaap e pedi aos amigos de todo o Brasil, que me relatassem supostos casos de corredores de rua que estão parando. Três colegas me responderam prontamente, foram eles: Jorge Vicente Freire - coordenador da Equipe de Corrida Jotaefe, de Petrópolis, Marcos Antônio Lima, fundador do Grupo Reciclados Por Corrida, do Rio, e  Luiz Sirotheau, educador físico e blogueiro carioca. Meus dois primeiros colegas falaram brevemente do momento que passamos. Sirotheau, no entanto, mergulhou um pouco mais no assunto e me presenteou com sua experiência pessoal. Mas vamos aos depoimentos:

Jorge Vicente Freire
Jorge Vicente Freire relatou que ano passado a sua equipe juntou grande número de atletas em mais de 30 corridas, dentro e fora de Petrópolis. Ele percebe, no entanto, que agora os corredores estão mais seletivos, diante do alto preço das provas e finaliza:

-- Não vai ter jeito; em 2016 o pessoal vai diminuir um pouco.





Marcos Antônio Lima
Enquanto isso, Marcos Antônio Lima - fundador da equipe Reciclados Por Corrida - disse que no ano passado inscreveu-se apenas na Maratona do Rio e antecipou:

-- Em 2016, vou continuar me concentrando mais nos treinos com os amigos porque o custo é menor - e continua: Em 2015 eu percebi uma diminuição do volume de corredores em muitos eventos.





Luiz Sirotheal
Luiz Sirotheal me respondeu em forma de áudios que eu fiz questão de postar abaixo, na íntegra. Os áudios são curtos e não foram editados, justamente porque incorporam o espírito desta postagem: Em um papo franco e humilde, Siro relata algumas dificuldades que teve e ainda tem que superar, como todos nós.






Áudios 1 e 2: 
--As pessoas cortam naquilo que julgam ser supérfluo e o personal training acaba sendo descartado...



Áudios 3, 4 e 5, respondendo às perguntas:
 -- Quando você ficou sem correr sentiu alguma diferença no seu humor?
-- Você não teme que muita gente retorne ao sedentarismo por falta de grana para se manter correndo?
-- Você tem alguma dica para essas pessoas não ficarem inativas?




Áudio 6:
-- Finalizando, a vontade de ajudar...



Gostaria que esta postagem simples trouxesse esperança para superar uma crise complexa. A esperança está contida naquilo que é simples, feito as conversas que temos com nossos amigos. É possível que 2016 seja forçosamente o ano dos treinões. Se assim for, os corredores vão mudar sua forma de ver e sentir a Corrida. E quando essa crise passar, tudo será diferente!... Então resita! Faça o possível para manter-se ativo!

Abraços!
Bira.

Treinar e Encontrar com um Amigo!

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(...) A surpresa de deparar com um amigo, durante um treino, é uma das coisas mais gratificantes na vida de um corredor (...)

Ozeias e eu, na foto tirada em outro treino que fizemos em 2014, no Recreio. 

Treinar e Encontrar com um Amigo!


Amigos!

A surpresa de deparar com um amigo, durante um treino, é uma das coisas mais gratificantes na vida de um corredor. Ainda mais, se os treinos que fazem não têm compromisso ou metas muito rígidas, pois assim eles podem mudar o percurso para correrem juntos, colocando a conversa em dia. Foi assim que aconteceu comigo, no último sábado:

Saí para corre ás 18:30 h da noite, quando um sol amarelado já não tinha a mesma força de quem elevou a sensação térmica do Rio acima dos 40 º. Por conta disso, as ruas da Vila da Penha ainda estavam vazias. A sensação de calor persistia, pois o asfalto e o concreto expulsavam a quentura que absorveram durante o dia. Quando o céu escureceu, eu já tinha passado por Cordovil, Brás de Pina e começava a subir o viaduto da Avenida Lobo Júnior, na Penha. Rumo à Olaria, prossegui mantendo as passadas em ritmo de trote. Corria na margem da rua e na contra-mão, como sempre, para escapar de um algum carro que passasse muito próximo. Optei por vestir uma camiseta clara, que refletisse as luzes dos faróis e prossegui.

Dez quilômetros depois, eu fazia o retorno em Ramos e parava num posto de gasolina para comprar isotônico. Eu me sentia muito feliz em simplesmente voltar a correr. Eu sabia que não estava curado da lesão, mas ela deu uma trégua. Aproveitei para voltar sorrateiramente, como se estivesse me escondendo da própria lesão. Nesse começo de ano, afirmei para mim mesmo que vou ficar curado e voltei a correr um dia de cada vez. Já não aguentava mais viver sem o prazer do movimento. Quis banhar a cabeça com água gelada, que escorre e se junta ao suor para grudar a camisa no corpo. Quis sentir o sabor e o prazer dessa d'água, descendo pela garganta e penetrando na alma. É incrível perceber como um gole d'água recupera o fôlego. O fato de perder e retomar o fôlego carrega um sentimento de gratidão pela vida.

De Ramos até a Penha, eu retornava às margens da estrada de ferro. Meu treino estava perto de acabar, mas eu ainda não tinha pensado em um tema para postar nesse blog. De repente, alguém me chama e eu deparo com meu amigo Ozéias, que também estava treinando. Seu rosto estava iluminado, mas não era o reflexo da luz de nenhum farol. O brilho vinha do simples prazer de encontrar um amigo. Depois de trocarmos um abraço suado, ele resolveu mudar sua rota e me acompanhar. No trajeto, recordamos de grandes momentos em treinos e provas que fizemos com outros tantos amigos. Viajamos no tempo e sentimos vontade de reunir nossos antigos companheiros.

Logo o treino acabou, como tudo que é bom, em mais um abraço suado e a promessa de novos encontros. Voltei para casa reafirmando o desejo de ficar curado, de vez, para não perder a chance de reencontrar meus amigos, não sem antes encontrar comigo mesmo, como fiz neste sábado.

Abraços!
Bira.

Além do Blog XIII - Maratona 85 (Bolero de Ravel).

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A Série Além do Blog está de volta, apresentando uma nova versão da postagem Bolero de Ravel - onde eu relatei minha primeira corrida e longo período que fiquei parado:

Recorte do Jornal do Brasil com 9 mil corredores largando na Maratona do Rio'85, no Leme, às quatro da tarde.

Amigos;


Além do Blog XIII - Maratona'85 (Bolero de Ravel).

Praia do Leme - Rio de Janeiro, 15 de junho de 1985, 16h.

Momentos antes do início da prova, imensas caixas de som começaram a tocar o Bolero de Ravel do alto de um palanque. A magnífica música tomou conta do Leme, mesclando o som suave de flautas com uma marcação grave e ritmada. O volume da batida ia aumentando gradualmente e se misturava com o pulsar dos corações de 9.000 maratonistas. De repente ouviu-se um tiro de canhão e foi dada a largada na Maratona do Rio'85!


Até hoje eu não entendo direito como eu fui parar no meio daquela massa compacta de corredores que tentavam se deslocar no afunilamento da largada. Eu tinha 25 anos e não tinha feito nenhum treino para a primeira corrida de minha vida... Isso mesmo!... Eu nunca havia corrido prova nenhuma, mas resolvi encarar 42 km! Naquele momento, no entanto, eu sequer pensava nisso. Eu estava tomado de emoção e tentando não chorar logo no início.

O sol já se recolhia atrás dos prédios que margeiam a orla. Suas sombras já cobriam os atletas, prenunciando a noite do outono carioca. Completar aquela prova já seria um grande feito para mim. Me tornar da tarde para a noite um maratonista seria algo insano e maravilhoso!... Será que eu conseguiria?

Não lembro que marca de tênis eu usava, só sei que eram inadequados. Aliás, um amigo que entende do assunto me disse que os piores tênis, de hoje, seriam melhores que os melhores tênis daquela época. A camiseta furadinha da prova, no entanto, era um avanço diante das antigas camisetas de algodão. Minha estratégia foi revezar entre correr e caminhar. Assim, completei a prova quase cinco horas e meia depois.

Animado, voltei a correr a prova no ano seguinte, com largada épica, na Ponte Rio-Niterói. Também corri e completei a Maratona de São Paulo. Destas feitas, eu já treinava um pouco - só que por conta própria - e consegui melhorar o meu tempo de prova. Foi então que comecei a sentir cólicas renais e descobri que tinha cálculos nos dois rins. Para completar, sentia dores nos joelhos depois dos treinos. Resisti o quanto pude, até que entreguei os pontos e parei.

No dia em que desisti de correr sentei-me no sofá para aplicar gelo no joelho e liguei a TV. O gelo derreteu e eu fiquei ali parado por mais de 20 anos!

Como não dá para descrever todo esse tempo de sedentarismo, aqui, eu proponho que imaginemos ele passando em slides, na tela daquela TV, na seguinte sequência de fatos:


1987- o estouro de champanhe no reiveillon...
1988- vai começar o show do Roupa Nova no Teatro Rival;
1990- Alemanha é campeã na Itália;
1997- revelada ao mundo a clonagem do primeiro mamífero, a ovelha Dolly;
1999- dormir ouvindo flash back na Rádio Antena 1;
2001- aviões derrubam Torres Gêmeas;
2003- Lula veste faixa presidencial;
2005- passeio com a família em Macaé;
2006- esforço para vestir a calça apertada;
2007- Feliz Ano Novo!... Levanta e desliga essa TV!...

Lá em casa ninguém acreditou quando desliguei a TV e falei: "Vou voltar a correr!"

Era julho de 2007 e eu falava sério. Ao voltar, deparei com o mundo da corrida totalmente mudado. Tinha revistas especializadas, tênis de pisada e camisetas de poliamida. Fazer descobertas aos 48 anos foi incrível para mim!... Quis correr todas as provas e ganhei novos amigos. Criei esse blog para reforçar o meu envolvimento.

*           *          *


Os Sonhos Não Envelhecem...

Quando, certo dia, escolhi que seria maratonista era década de 80 e eu tinha 25 anos. Eu não sabia direito onde estava me metendo, tive problemas e acabei desistindo. O tempo passou e eu voltei, 22 anos depois. Tudo parecia ter mudado, menos a minha cabeça de sonhos. Mas os sonhos não envelhecem, apenas trocam de pele... Agora, minha pele de corredor está trocando de novo, aos 56 anos!


LEIA TAMBÉM: O Relato detalhado desta MINHA PRIMEIRA MARATONA clicando AQUI.


Abraços!
Bira.


As Aventuras de BiraNaNet - Cap. I

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(...) Eu não precisaria dormir para ter belos sonhos na tarde-véspera da Corrida de São José do Goiabal. Bastaria manter os olhos abertos, enquanto viajava, oriundo de BH para aquela cidade. Bastaria olhar pela janela do ônibus, que fluía nas curvas do asfalto, subindo montanhas ou mergulhando nos vales mineiros cobertos de verde (...)


Montagem feita com recorte de imagens da corrida infantil em São José do Goiabal.



Amigos!

Quando corredores de todo o Brasil vieram para o Rio participar da Meia Maratona Internacional, era agosto de 2013. Enquanto os atletas chegavam, aos milhares, na Cidade Maravilhosa eu dela saía, rumo aos vales do leste de Minas Gerais. Meu destino era São José do Goiabal, uma cidade pequena e desconhecida, com pouco mais de 6 mil habitantes. Minha tarefa era cobrir uma corrida amadora, para meu blog amador. A prova não teria mais de 50 participantes... Isso mesmo: eu havia trocado um evento, com 20 mil corredores, pela pequena e distante Corrida de Goiabal. 

Olhando assim, ninguém diria que eu havia feito uma boa escolha, mas foi o que fiz!... Graças àquele gesto, conheci a bela história de um herói anônimo, que postei neste blog em três partes. Agora, para inaugurar a série Aventuras de BiraNaNet, escolhi reeditar a história do atleta Antônio Carlos de Carvalho, confira em:

As Aventuras de BiraNaNet - Cap. I

Primeira Parte: A Corrida de São José do Goiabal

a) UM CONVITE INUSITADO

Foi atendendo a um convite, feito pelo Facebook, que eu resolvi viajar para São José do Goiabal. Quem me convidou foi o corredor Antônio Carlos de Carvalho, que organizaria uma corrida infantil no local. Eu não conhecia Antônio pessoalmente, apenas pela Internet. Ali observei as fotos de seu projeto social "Casa de Miguel", que incluía a tal corrida. Fiquei curioso e combinei minha ida. Comprei passagens de avião para Belo Horizonte, e projetei chegar a Goiabal algumas semanas depois, num sábado à noite, véspera do evento. Pernoitaria na cidade e retornaria domingo, assim que a corrida terminasse. Então projetei:

-- Vou fotografar e filmar as crianças correndo, fazer perguntas e compor uma postagem... Não vai ser nada de excepcional, mas está bom tamanho. Vou viajar, conhecer o lugar e algumas pessoas...

Pensei isso sem imaginar as surpresas que teria pela frente.

b) AS PAISAGENS MINEIRAS NA JANELA DO ÔNIBUS

Eu não precisaria dormir para ter belos sonhos na tarde-véspera da Corrida de São José do Goiabal. Bastaria manter os olhos abertos, enquanto viajava, oriundo de BH para aquela cidade. Bastaria olhar pela janela do ônibus, que fluía nas curvas do asfalto, subindo montanhas ou mergulhando nos vales mineiros cobertos de verde. Quando o sol se pôs, durante a viagem, eu já tinha caído no sono. É que eu fui ninado pela vibração do motor, acrescida do chiado que sai dos pneus em contato com o solo. Quando acordei já era noite e todo verde havia apagado. Liguei a luzinha de leitura, do teto do ônibus e peguei papel e caneta para descrever a paisagem noturna, no texto a seguir:

"O céu da noite mineira era um papel de parede onde as nuvens pareciam ser milhares de ovelhas. Em meio a este rebanho, uma metade de lua procurava brechas para aspergir seu brilho. Mas a fraca luz do pedaço de lua não conseguiu revelar toda a brancura das nuvens-ovelhas. Seu brilho humilde projetava nelas uma tonalidade opaca, cor-de-fantasma-flutuante... 

"Enquanto as nuvens-ovelhas-fantasma dormiam, o pedaço de lua se exibia para os olhos de Minas Gerais.


"Na janela do ônibus que risca uma estrada de subidas e curvas, o olhar humano se adapta, enxergando no quase escuro. Uma casinha distante parece perdida na mata escura, onde alguns pontos de luz são semelhantes às poucas estrelas visíveis no céu..."


De repente, as luzes do ônibus se acenderam, anunciando a chegada a São José do Goiabal e interrompendo meu texto. Eram oito e meia da noite e eu desci na praça principal. Fui recebido por Antônio e o italiano Giuseppe Giampaoli. Permanecemos trocando idéias no banco da praça por cerca de 40 minutos, tempo de nos conhecermos um pouco. Eu tinha uma série de perguntas sobre a corrida e o projeto social. Aos poucos fui recolhendo as peças de um quebra-cabeças, montando e revelando a bela história do atleta Antônio Carlos de Carvalho.

Descobri que ele era nativo daquela cidade, mas há anos migrou para a Itália onde nasceu sua segunda filha. Giampaoli, seu amigo romano, não falava Português com perfeição mas se fazia entender. Além disso, parecia entender nossa conversa na qual também participava. O tempo seria curto para que eu montasse toda história de Antônio. Então ele me levou para a casa de seus familiares onde um churrasco nos aguardava. Fui recebido com hospitalidade, como se todos já me conhecessem. Fiquei à vontade, mas não queira desgrudar de Antônio para fazer mais perguntas e anotações. Até que deu a hora de dormir para acordar cedo no dia seguinte.

Antes de dormir, liguei o notebook e rascunhei a comovente história de Antônio, que será contada na próxima postagem. A seguir, vou descrever apenas como foi a corrida.

c) COMO FOI A CORRIDA.

Em frente à semi construída Casa de Miguel, sede do projeto social que pretende abrigar e orientar crianças na prática esportiva, seria dada a largada para a corrida infantil. Embaixo de um pórtico inflável, juntaram-se 40 crianças, sem distinção das idades. Elas haviam ganhado números de peito e camisas da prova no tamanho adulto. Quando vestidas nas crianças menores, as camisas pareciam vestidos. Tudo, porém, era motivo de graça, naquele ambiente infantil. O que prevalecia eram os sorrisos, mesmo no rosto daqueles que corriam descalços ou de sandálias.

Quando tudo estava pronto, Antônio ordenou que fosse dada a largada. Para que ninguém se machucasse foi à frente, tentando conter as crianças. Seria apenas uma volta em um quarteirão de 100 metros. Foi uma festa singela que a cidade não poderia ignorar, mas ignorou.

Depois das crianças, foi a vez dos adultos. Alguns corredores amigos vieram de João Monlevade, cidade vizinha. De São José do Goiabal quase não tinha ninguém. Mas se Goiabal não foi à corrida, a corrida foi à Goiabal. Cerca de 20 corredores percorreram várias ruas da cidade, sobre o chão acidentado de pedra ou terra batida.

Corredores encaram o chão de pedra de Goiabal, desviando-se dos carros.
Acompanhei a prova da carroceria de uma caminhonete que seguia à frente, pronta para abrir caminho, feito batedor. Seu motorista também tinha instalado uma câmera, na carroceria do veículo, para colher as imagens da prova. Dado momento, um carro mal estacionado quase atrapalhou o andamento da prova. Minutos depois, foi a vez de uma carroça quase obstruir o caminho. Não me lembro agora da quilometragem total do percurso, mas foi cerca de oito quilômetros. Eu consegui me equilibrar sobre a pick up, assistindo ao estranhamento dos transeuntes perante a passagem dos corredores. Eu só não anotei o nome dos vencedores da prova, pois todos éramos vencedores!

Depois da corrida, foram distribuídos os troféus e lanches na Casa de Miguel, onde as crianças também recrearam. Não tardei para ir embora, no próximo ônibus, rumo ao aeroporto de BH.


d) A CONTINUAÇÃO DESSA HISTÓRIA.

Voltei de Goiabal ainda cheio de dúvidas sobre a história de Antônio. No dia seguinte lhe telefonei para colher alguns detalhes e concluir a montagem do quebra-cabeças que inclui outras "peças" como o italiano Giuseppe e a Casa de Miguel... Mas isso é assunto da próxima postagem, em: Aventuras de BiraNaNet - Cap. I, 2ª Parte.

Crianças admiram os troféus, antes da premiação.

Abraços!
Bira.

Dica de Filme Para Corredores: McFarland, USA

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Amigos!

Cartaz de divulgação do filme McFarland, USA - Uma história real.


Dica de Filme Para Corredores: McFarland, USA


Quando nos anos 80, o treinador de futebol americano Jim White foi transferido, como forma de punição, para trabalhar em McFarland - cidade agrícola da Califórnia - ele sequer imaginava que sua história viraria filme dos Estúdios Disney, 28 anos depois.

Reduto de imigrantes mexicanos, McFarland era uma cidade esquecida entre as plantações de repolho e uma desesperança que não condizia com o propalado slogan americano de "país das oportunidades". Demorou pouco para que o treinador, representado por Kevin Costner, quisesse levar a mulher e duas filhas para um lugar mais seguro, mas não tinha opções. Formou um time de corredores de cross country e... Bem, não dá para contar mais que isso: O filme está disponível no Telecine Play... Mas se você não tiver Telecine, clique no link abaixo (que eu encontrei no momento que fazia esta postagem) contendo o filme completo e gratuito, no site: Gen Vídeos:

https://genvideos.org/watch?v=McFarland_USA_2015#video=CnCjVuZpbjo1xu1WQ1VKfV4pMbDWm7Z1euLIIsZyLA8

Abaixo, o trayler de McFarland, Usa:



Veja Também as Postagens de Janeiro, em BiraNaNet:

- As Aventuras de BiraNaNet - Capítulo I;

- Além do Blog XIII - Maratona'85 - Bolero de Ravel;

- Treinar e Encontrar com um Amigo!

- Não Deixe a Crise lhe Afastar da Corrida!

- O Corredor, A Cidade e o Lixo.

Abraços!
Bira.

Não Existem Dois Treinos Iguais ou Entre A Sombra E A Luz.

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(...) Corria, como se apenas correr fosse o bastante. Corria, como se não existisse uma sombra diante de mim, deslizando no asfalto e denunciando a beleza do por do sol às minhas costas (...)


Montagem com recorte de sombra sobre textura de asfalto - Bira, 27-01-16.

Não Existem Dois Treinos Iguais ou Entre A Sombra E A Luz.

Amigos!

Foi correndo e olhando minha própria sombra comprida, projetada no asfalto, diante de mim, que pensei:

-- Não existem dois treinos iguais...

Foi quando eu passava pela enésima vez naquela rua, pelo mesmo e velho percurso. Quando eu cruzava as mesmas esquinas, diante das mesmas paredes pichadas. Ignorando as casas que não trocaram de cor, esquecendo dos motivos de estar ali correndo. Corria, como se apenas correr fosse o bastante. Corria, como se não existisse uma sombra diante de mim, deslizando no asfalto e denunciando a beleza do por do sol às minhas costas.

Foi quando eu passei a enxergar o por do sol sem precisar virar para trás. Via apenas o seu reflexo na paisagem banhada de ouro, à minha frente... Eu precisava continuar correndo. Não dava para virar e olhar diretamente para o ocaso e seu encanto. Enquanto isso, os carros passavam ao meu lado com os quebra-sóis arriados. Correndo em sentido contrário, eu tinha medo que eles não me enxergassem na margem da rua.

-- Não existem dois treinos iguais... - voltei a pensar.

O trajeto e eu parecíamos os mesmos, mas esses detalhes de sombra e de luz denunciavam a diferenças. Dentro de mim, outro universo habitava. Produzindo sombras de ansiedade e insegurança de um lado, ou da esperança que brilhava feito o sol, no lado oposto. Minha lição, naquele momento, seria perceber que as sombras são fruto da luz que me banha.

Ainda demorou um pouco para que os postes e faróis se acendessem na estrada. Antes disso, passei a buscar por outros detalhes que tornassem aquele treino singular. Resolvi mudar minha própria atitude, e passei a acenar para as pessoas que me observavam, no caminho. Na maioria das vezes fui correspondido, trocando sorrisos e vibrações positivas.

Quando escureceu, de fato, eu ainda estava correndo nos 17 km de subúrbio. Minha sombra voltou a se deslocar no asfalto, toda vez que eu passava sob um poste iluminado. Quando o transito ficou intenso e as luzes dos faróis ofuscavam meus olhos. Fui bombardeado por seus fachos. Naquela hora, eu corria ao lado de um paredão, onde minhas sombras se multiplicaram. O movimento dos carros fazia elas correrem desordenadas na tela de pedra. Viajei no pensamento, imaginando que os faróis projetassem, ali, minhas inseguranças e ansiedades em forma de sombras confusas. Então sorri, me dando conta que eu estava embebido de suor e devaneio.

-- Não existem dois treinos iguais... - agora, eu sabia de fato.

Abraços!
Bira.



Oito Postagens de Motivadoras!

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Uma seleção de postagens motivadoras nos oito anos do blog BiraNaNet...

Em comemoração aos 8 anos do blog, uma seleção de postagens motivadoras e sempre atuais.

Oito Postagens de Motivadoras!

Amigos!

Corra e encontre inspiração para resolver seus problemas! Corra e desenvolva uma visão otimista das coisas e do mundo! Corra pelo bem da sua auto-estima!...

Não, isso não é um texto de auto-ajuda nem propaganda enganosa... É vero! Depois que o seu corpo estiver totalmente adaptado à corrida, você vai parar de sentir dores e sua mente fluirá em um novo mundo!...

Para comemorar os oito anos de blog BiraNaNet selecionei oito postagens motivadoras entre as muitas publicadas:

1° - Rua Turva Corredor Radiante!: nesta crônica, um homem se abriga num bar para fugir da tempestade e avista um corredor na rua, sob a chuva. Quando a tempestade termina, o corredor ressurge e entra no bar. Os dois conversam e o desfecho é surpreendente. Confira!

2º - Eu Faço o Meu Tempo!: num simples treino matinal eu percorri as ruas cotidianas do meu bairro e revisitei todas as minhas minhas idades, rejuvenescendo a cada quilômetro. Confira! 




3º - Sair do Sedentarismo:
quando uma amiga me perguntou, pelo Facebook, "o que fazer para começar a correr?" eu respondi com autoridade de quem sabia o que falava... Tempos depois, vi que não era nada daquilo e tentei consertar com esta postagem. Confira!


4º - Então Vais, Homem-Água!:
um outro amigo me sugeriu que eu escrevesse sobre "hidratação na corrida" em meu blog. Eu tentei lhe explicar que o assunto era técnico demais e que eu não poderia abordá-lo... Mas pensei melhor e fiz, em forma de poesia! Confira!


5º - Como a Corrida Dilui os Problemas?: naquele dia eu estava voltando a correr após período de lesão. Era um treino comum e repleto das sensações incomuns para quem não corre. Era mais um treino mágico, onde o chacoalhar das imagens diluía os problemas... Confira! 

6º - Problemas Não Sobem a Serra.: os problemas existem para todas as pessoas, estejam elas assistindo um filme no sofá ou subindo a serra num treino com os amigos... Então, qual é a diferença?... Confira!



7º - A Corrida Gosta de Você!:
mais uma vez fui abordado no Facebook por alguém querendo saber como começar a correr... O breve diálogo gerou mais uma crônica motivadora, que eu trago para esta seleção... Confira!



8º - Brincando de Correr na Meia do Rio!: poucas vezes eu fiz vídeos para postar neste blog, até porque nem tenho câmera. "Brincando de Correr" foi um dos poucos, feito com iPhone, mas que teve grande audiência. Saiba o porquê... Confira!

Meus 8 Anos como Blogueiro

Escolhi compor um blog de corridas com crônicas que, em sua maioria, podem ser lidas a qualquer momento. As crônicas não ficam velhas facilmente e se não faz deste blog um campeão de audiência, o faz diferente!

Abraços!
Bira.

As Aventuras de BiraNaNet - Parte II

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(...) Surpreendeu-se ao deparar, dentro do cemitério, com ruas compridas e desertas, que mais pareciam pistas de corrida margeadas pelos túmulos. Imediatamente lembrou que já não corria, há muito tempo, e decidiu fazê-lo ali mesmo, naquela hora (...) - trecho.

Antonio Carlos passando em frente ao Coliseu - foto de arquivo pessoal.
Amigos!

Segue a bela história de Antônio Carlos de Carvalho - corredor mineiro radicado em Roma, em...

As Aventuras de BiraNaNet - Cap. I - Parte II

a) "POSSO PARTICIPAR DESSA CORRIDA?"
Estamos em maio de 1982, no complexo esportivo do Grupo Santista, na Zona Oeste de São Paulo. É manhã domingo e as provas de atletismo da Fábrica de Tecidos Tatuapé estão para começar. Antonio Carlos de Carvalho, um jovem funcionário da fábrica, ignorava o evento. Ele tinha acabado de chegar ao local apenas para jogar futebol, como fazia todo domingo. Daquela feita, no entanto, percebeu um movimento incomum na pista de atletismo e se aproximou para observar alguns corredores que ali aqueciam. Quando deu conta que iniciaria uma competição, pediu para participar, alegando que também trabalhava na empresa. Resumindo o que veio a seguir: ele, que nunca correra antes, simplesmente ganhou duas competições, de 1.500 e 3.000 metros, e foi convidado a entrar na equipe de corredores do Grupo Santista.

Um ano depois, já totalmente convertido do futebol para a corrida, Antônio Carlos estava obtendo bons resultados em competições. Certo dia foi treinar sozinho no Parque Piqueri, localizado também no Tatuapé, quando avistou corredores do Corinthians se aquecendo. Aproximou e repetiu o pedido feito, há um ano, no campeonato de atletismo:

-- Posso participar?...

Desta feita, no entanto, o treinador do Corinthians - José Roberto - encarou o intruso e disse:

-- Aqui, com nós, você vira atleta ou morre!... - E o riso foi geral.

Para Antônio, a risada coletiva soou como o ranger de uma imensa porta se abrindo. Ele teria a oportunidade de correr com grandes atletas!... Mas, no grupo, foi logo foi apelidado de Cheira-meia, já que era o último da fila, durante os treinos. Antônio não se importou com o apelido e continuou ganhando experiência ao treinar com corredores de elite. Certo dia, o técnico aplicou um treino que envolvia toda a equipe. Ao todo seriam percorridos 18 km numa pista, da seguinte forma: Os primeiros 9 km seriam corridos no ritmo de 4 min por km (4X1) e os 9 km finais, no ritmo de 3 min por km (3X1). A cada 3 km, os atletas teriam um minuto de intervalo para recuperação... Vamos ao treino:

b) A REDENÇÃO DO CHEIRA-MEIA!
Depois da largada, Antônio (Cheira-meia) assumiu o seu lugar no fim da fila, continuando ali por toda primeira etapa. Ele sentia que estava num bom dia, mas não quis se precipitar e acelerar antes da hora. Nos 3.000 metros finais, Cheira-meia resolveu acelerar e ultrapassar cada membro da equipe. Até quem tentou resistir foi batido por ele. Seu técnico sorria ao vê-lo rodando muito abaixo dos 3X1. Naquele momento, o Ex-Cheira-meia ganhou respeito e entrou, de fato, para equipe do Corinthians e participou de todas as provas seguintes!

Com a equipe ganhou prêmios ao vencer provas no interior de São Paulo e Sul do Brasil. Vieram os patrocínios trazidos pelo programa de incentivo ao esporte do Governo Federal. Com a melhoria de vida casou-se, em 1985. Cinco anos após o casamento, no entanto, mudou o governo e a lei de incentivo foi abolida para ele e outros 200 atletas. Justamente quando já era pai, Antônio viu seus rendimentos reduzidos a dois salários mínimos mensais! Viu que seria impossível sobreviver com a família em São Paulo... Era 1992, o mesmo ano que a Ministra da Fazenda, Zélia Cardoso de Mello, aterrorizou o Brasil com o confisco da caderneta de poupança. Foi quando Antônio abarrotou suas malas e retornou com a família para o interior de Minas Gerais.

Foi morar em João Monlevade, cidade vizinha a São José do Goiabal, onde nasceu. Lá tentou de tudo: vender pastel, sucos de frutas e concursos públicos, mas nada deu certo. Apesar dos problemas, criou um grupo de corredores locais, denominado ACORP - Associação de Corredores de Pista e Rua. Mas isso não lhe dava sustento, apenas alegrias - que não pagam as contas. No início do ano seguinte, 1993, Antônio decidiu vender sua moto e comprar passagens aéreas para Roma, capital da Itália, onde tentaria arrumar trabalho e dinheiro.

c) PERAMBULANDO NAS RUAS DE ROMA...
Antônio foi sozinho para Itália com dinheiro para pagar apenas três meses de aluguel. Seu plano seria conseguir biscates como servente de pedreiro. Por isso ficava em frente às lojas de material de construção, de manhã, onde os empreiteiros costumavam contratar ajudantes temporários, mas nada conseguiu. Economizava fazendo refeições gratuitas na Caritas de Roma. Depois, perambulava pelas ruas para aprender o idioma, pois na casa onde morava só residiam brasileiros. Diferente de Antônio, o tempo não parou de correr e nem o pouco dinheiro que tinha parou de minguar... O ex-corredor não via o dinheiro lhe tocar às mãos, mas via o tempo escorrer entre seus dedos.

Quando o sol de Roma se recolhia, uma lua deprimida surgia diante de seus olhos trazendo o medo, a insônia e a depressão. Alguns dos brasileiros que residiam com ele bebiam, fumavam ou se drogavam à noite. O ambiente não era propício a ninguém, muito menos a um atleta. Então, ele voltava a andar pelas ruas, às altas horas da noite, até que o sono batesse e lhe levasse de volta para casa. Em um desses dias, caminhava rente ao Cemitério de Verano, quando percebeu que uma parte de seu muro estava quebrada. Era mais uma fria madrugada de março de 1993 e a cidade dormia. Seria improvável que alguém quisesse entrar no cemitério naquele momento, mas Antônio parecia atormentado demais para temer assombrações e entrou no cemitério pela falha do muro.

d) CORRENDO NO CEMITÉRIO...
Surpreendeu-se ao deparar, dentro do cemitério, com ruas compridas e desertas, que mais pareciam pistas de corrida margeadas pelos túmulos. Imediatamente lembrou que já não corria, há muito tempo, e decidiu fazê-lo ali mesmo, naquela hora... Pôs-se a correr entre os ciprestes sombrios e as estátuas de anjos que ornamentam as sepulturas... E foi assim: em meio á quietude do cemitério e um turbilhão de incertezas que Antônio estava de volta à corrida!

Retornou ao cemitério para correr, todas as madrugadas. Desesperou-se quando restavam apenas 15 dias de aluguel pago. Foi caminhar pelo centro de Roma e entrou num bar, reduto de brasileiros. Ali conheceu Brandão, mineiro de Governador Valadares, com quem desabafou. O pedreiro Brandão anotou seu telefone e prometeu lhe contratar como ajudante. Antônio encheu-se de esperança e nem precisou correr no cemitério, naquela noite, para resgatar o sono. De manhã, foi caminhar sobre o gramado da Villa Pamphilj. No imenso parque avistou uma concentração de corredores se preparando para competir...

e) "POSSO PARTICIPAR DESSA CORRIDA?... (DE NOVO!) "
Sem que Antônio sequer pensasse, suas pernas lhe conduziram para o local onde os atletas se aqueciam. Sem precisar sequer falar italiano direito, sua boca pronunciou o pedido: "Posso participar?"... Sim, ele pôde e correu muito bem, chegando na terceira colocação, para surpresa geral. A seguir foi convidado a entrar na equipe da Roma Sprint.

Dois dias depois, o pedreiro Brandão lhe ligou oferecendo trabalho prometido e outra casa para morar. No novo lar os demais moradores não se drogavam. Permaneceu trabalhando com Brandão, até que Stephano Amadei, presidente da Roma Sprint e empresário da construção o empregou.

-- Foi aí que juntei o útil ao agradável - relatou Antônio -- Voltei a ser atleta de ponta e transformei todas as premiações que obtinha em material esportivo que enviava para ACORP (aquela equipe que eu havia fundado em João Monlevade, pouco antes de se aventurar na Itália) explicou.



f) QUEM TEM BOCA VAI A ROMA, QUEM TEM CORAÇÃO VOLTA A MINAS!
Assim que pôde, retornou ao Brasil para passar um mês e matar saudade da esposa e filho. Dois anos depois, 1997, teve condição de levá-los para viverem na Itália, onde nasceu sua filha mais nova. Nosso atleta aventureiro me revelou que sonha envelhecer onde nasceu. São José do Goiabal não possui um cemitério como o de Verano, onde até o papa realiza missas. No entanto, sua cidade é famosa por abrigar o túmulo do Padre Ermelindo, de onde mina uma água milagrosa (vide reportagem).


-- Infelizmente, quando vim sozinho para a Itália, perdi quatro anos da infância de meu filho - lamenta Antônio, mesmo sabendo que não teria outro jeito.

g) A AJUDA QUE VEIO DE ROMA.
A ACORP - grupo de corredores de João Monlevade, que Antônio fundou - continuou crescendo com a ajuda que ele enviava da Itália. Quando atingiu 80 jovens e crianças, em 2003, ficou difícil mantê-la sozinho. A solução foi fundar a ACORP-Roma, que recolhia material esportivo de seus amigos italianos para enviar para o Brasil.

Em 2004, Antônio Carlos comprou um terreno em sua cidade natal para que fosse fundada a ACORP-São José do Goiabal, destinada a promover o esporte e assistir crianças carentes. Várias crianças mineiras foram adotadas à distância por seus amigos italianos com a doação um valor fixo e mensal.

Em 2007, trouxe o amigo Giuseppe Giampaoli e mais dois italianos para conhecer o Brasil e seus adotados.

Em 2009 a irmã de Giuseppe se casou, na Itália, e no lugar de presentes pediu aos convidados que fizessem doações para o início das obras da sede da ACORP-São José do Goiabal.

Sede da ACORP-São José do Goiabal.


Em 2011, trouxe 10 italianos que além de conhecer as crianças, participaram da Corrida de São José do Goiabal, feita por ele.

Em 2013, foi minha vez de conhecer a cidade e essa surpreendente história de Antônio (vide parte I). Naquele momento, a Europa já atravessava uma crise financeira e a quantidade de adotados havia caído um pouco. A sede da ACORP continuava em obras.

h) BATE PAPO NO MESSENGER...
Em 2016, eu quis reescrever esta história e enviei algumas perguntas para o nosso herói, que continua em Roma, via messenger do Facebook:

-- Bom dia, Antônio... Estou reescrevendo as postagens que fiz sobre você. me confirma a sua idade.

-- Olá meu amigo, hoje tenho 53... Mas estou te esperando em agosto, em Goiabal. Desta vez vai ficar hospedado na Casa de Miguel (sede da ACORP) - convidou.

-- Me diz como ficou a obra... Está concluída?

-- A casa está toda pronta. Agora estou construindo um salão de festas ou academia na parte de cima, para as crianças usufruírem melhor o espaço.

-- Me diz outra coisa: Eu lembro que a crise econômica estava fazendo o número de adotados cair, há três anos... Como ficou agora?

-- Caiu muito... Atualmente são 28 crianças adotadas e partindo deles abri uma escolinha de atletismo. Uma vez por mês a rua (em frente à sede) é fechada para uma jornada de esporte e atletismo.

-- Quantos italianos colaboram com o projeto?

-- São alguns amigos íntimos do Giuseppe, que você conheceu, e toda a sua família. Em agosto ele vai comigo ao Brasil pela sexta vez. Já virou um membro de nossa família.

Na foto, Antônio Carlos e o italiano Giusepe, ao centro, margeados pela esposa e filho com camisas amarelas.

-- Qual é o seu sonho para este projeto?

-- Estou pensando e vou oferecer à APAE de Goiabal um espaço para as crianças portadoras de deficiências físicas, que atualmente são 20 dos quais quatro já fazem parte da adoção à distância... Gostaria também de envolvê-los no atletismo.

-- Que tipo de atividade esportiva são feitas e quantas crianças participam?

-- Brincadeiras e corridas para mais de 100 crianças atualmente. Para uma cidade pequena, como a nossa, é um bom número!

i) O PODER DE QUEM CONFIA!
Encerrei o papo, mas fiquei refletindo sobre momentos da história de Antônio. Ele, que confiou em si mesmo, quando certo dia pediu para participar de uma simples corrida, na fábrica de tecidos. Ele, que repetiu esse gesto e, com isso, entrou numa equipe esportiva de elite... E, por fim, ele, que na terceira vez que pediu para correr conquistou amigos que nem falavam sua língua... É bem possível que a Confiança seja uma língua universal. É certo que Antônio Carlos de Carvalho domina esse idioma!

Abraço!
Bira.

Seleção 8 Anos: 8 Histórias de Corredores!

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Na imagem a corredora Gilmara Maciel cuja história fez grande sucesso no blog...

Seleção 8 Anos: 8 Histórias de Corredores!

Amigos!

Vez ou outra eu conto a história de corredores de rua aqui. Eu não utilizo nenhum critério para isso. O corredor não precisa ser famoso ou meu amigo. É tudo uma questão de oportunidade.

Escrever sobre as pessoas é sempre um desafio no qual o protagonista precisa estar disposto a revelar detalhes de sua vida. São esses detalhes que fazem o leitor se identificar com a história e desafiam o escritor.

Contar histórias pessoais talvez seja o maior desafio de quem escreve. Revelar os dramas de modo a trazer quem lê para a pele do personagem, criar empatia e despertar admiração.

Selecionei 8 histórias, entre todas que contei, para comemorar 8 anos deste blog. Confira os resumos e clique na imagem para ler os textos completos:

1º Lugar: Multi-Gilmara (ou Gilmara Encontra Gilmara).

Em junho de 2012, eu decidi fazer a postagem sobre Gilmara Maciel. Até então, eu sabia muito pouco sobre ela, mas queria brincar com o fato de ela ser corredora e passista. Enviei-lhe um e-mail com algumas perguntas do tipo: "Como e por que você começou a correr?"... Até aí tudo bem, mas quando as respostas chegaram eu falei para mim mesmo: "E agora?... Como eu vou me virar para escrever essa história?" O resultado foi uma postagem emocionante e surpreendente, até para mim que estava escrevendo... Confira!


2º Lugar: Todas as Idades de Lindalva...

Ao saber que a Lindalva Figueiredo iria completar 70 anos, quis escrever sobre o fato. Por telefone ela relatou sua vida, antes mesmo de migrar do interior Pernambuco para o Rio de Janeiro, em 1970. Esse texto que conta a história da atleta que começou a correr aos 64 anos ganhou as páginas do Pulso (Jornal O Globo) para a minha alegria... Confira e saiba porque!



3º Lugar: As Aventuras... Parte II (História do Corredor Antônio Carlos de Carvalho).

Radicado em Roma, o mineiro Antônio Carlos organiza anualmente uma corrida e traz italianos ao Brasil, para conhecer a pequena São José do Goiabal e suas crianças carentes. Promove "adoções à distância" e mantém a Casa de Miguel, construída por ele, onde as crianças recreiam e praticam esporte... Mas isso é apenas o ápice da odisseia de um atleta que deixou o Brasil para buscar um lugar ao sol na Itália... Confira!

4º Lugar: O Diário de Corrida de Zim.

Quando eu soube que o corredor e amigo Erivaldo Zim foi acometido de problemas de saúde, quis prestar uma homenagem e escrever um pouco da sua história. Propus aos seus amigos mais próximos que fizéssemos um treinão, juntássemos bons fluídos e mostrássemos o quanto Zim é querido. Todos concordaram e coube ao próprio Zim organizar o treinão. A postagem também foi em grande parte "escrita" por Zim, pois conteve trechos de seu Diário de Corrida... Confira!

5º Lugar: Moraes Runners Somos Nós!

Moraes é um dos corredores de rua mais conhecidos do Rio de Janeiro. Figurinha carimbada nas provas e treinões, onde além de medalhas coleciona amigos. Certa noite lhe liguei, para que contasse como começou a correr e o que fazia antes, visando escrever postagem. As surpresas vieram, primeiramente para mim, na bela história que repassei... Confira!


6º Lugar: Vannucci, Filma Eu!!!

Para escrever a postagem sobre Vannucci Jr. (blog Corrida Rústica) eu levei um bom tempo. Primeiro mandei algumas perguntas, respondidas por e-mail, mas aquilo não seria o suficiente para uma boa postagem. Minha intensão não era propriamente escrever sobre seu passado, mas sobre a história que ele está traçando no presente. Então fiquei enrascado, até que me lembrei de um telefonema que recebi e tudo se resolveu... Confira como!

7º Lugar: Genivaldo do Tênis.

Tive a ideia de escrever sobre ex-corredores que viraram profissionais do ramo esportivo. Mesmo não dando sequência à série, valeu!... Contei a história de Genivaldo Rosa, atleta frequentador de pódio em grandes maratonas dos anos 90. O atual comerciante atrai corredores à Loja dos Tênis Esportivos, no Flamengo, com atendimento diferenciado e orientador... Confira sua história!

8º Lugar: Sonho de Corredor.

Foi pelo Facebook que descobri Elton Wander, um corredor de Ibiporã, interior do Paraná. Ali mesmo acompanhei suas provas e percebi que ele era treinado por Adriana de Souza - duas vezes vice campeã na São Silvestre. Elton me colocou em contato com Adriana, que gentilmente me contou sua história... Sonho de Corredor agregou as histórias de Adriana e Elton, a mestra e o aluno dessa atividade onde todos são alunos e mestres ao mesmo tempo... Confira!

8 Anos, Quem Diria!...

Li na internet que a média de vida útil de um blog é (pasmem!) de 90 dias... E BiraNaNet já está há oito anos por aqui, querendo ficar pelo menos mais oito. O blog não prioriza os vídeos, que são mais populares, mas nem por isso faz feio... Atualmente (2015/16) tem média de 5 mil acessos/mês. Escrever crônicas de corrida, criar imagens e conteúdos inéditosé um desafio. Cada texto que escrevo é uma corrida que completo. Cada elogio, uma medalha!...

Muito obrigado pela visita!

Abraços!
Bira. 

Eu Precisava Correr Na Chuva!

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(...) Pode parecer loucura, mas eu precisava correr na chuva. Não uma chuva comum, mas uma tempestade de verão, daquelas que desabam no fim da tarde (...)

Gif animado Correndo na Chuva - Bira, 25-02-16.
Eu Precisava Correr Na Chuva!Amigos!

Pode parecer loucura, mas eu precisava correr na chuva. Não uma chuva comum, mas uma tempestade de verão, daquelas que desabam no fim da tarde. Esta semana eu estava de férias e fiquei de vigília olhando para o céu. Esperei, várias vezes, o sol se exaurir e se esconder atrás das nuvens carregadas. Sempre que o vento enfurecia, eu saía para treinar. Encarava as nuvens de poeira no rosto e as trovoadas nos ouvidos. Mas a chuva que chegava não era suficientemente forte por onde eu passava, até que chegou sexta-feira...

Comecei a correr antes que caíssem os primeiros pingos. O trânsito de final de tarde era intenso e me forçava a subir nas calçadas. A ventania fazia sacolas plásticas de supermercado dançarem, tristemente, feito pipa avoada no ar. Ela atirava poeira e grãos de areia nos meus olhos, fazendo-me quase parar. Torci para que os primeiros pingos caíssem, de vez, para a poeira findar. E os pingos desceram pesados, frios e acelerados pelo vendaval. Outdoors ameaçavam desabar numa calçada. Galhos de árvores quebravam e despencavam de fato. Um deles, bem grande, caiu à minha frente, quase encima de um abrigo de ponto ônibus. Um casal que lá estava sorriu disfarçando o medo. Também disfarcei meu medo correndo mais forte. Por sorte, os raios riscavam o céu bem longe dali, de onde os estrondos chegavam feito um fundo musical. Foi quando um tremendo aguaceiro desmoronou de vez e o vento, enfim, se acalmou.

Pronto!... Lá estava eu correndo na chuva do jeito que queria! Imediatamente lembrei das peladas animadas pelas tempestades de verão, nos tempos de criança. Apesar de tantos anos, ainda tinha um pouco daquela euforia estocada dentro de mim. Comparei os dois momentos e pensei:

-- Eu que Agora pisava nas poças d'água com pés protegidos, estava muito mais sujeito às lesões do que quando era criança e corria descalço...

O aguaceiro ficou mais intenso, reduzindo a visibilidade para poucos metros. Multipliquei minha atenção nos automóveis para não ser atropelado e prossegui. Transeuntes se abrigavam embaixo das marquises, enquanto eu me abrigava na própria tempestade. A roupa de corrida grudava no corpo totalmente embebido, feito toda cidade.

A temperatura caía mas eu fervilhava. Aquela chuva fria causava uma sensação maravilhosa ao tocar no meu corpo quente. Comecei a correr sem sentir o esforço que fazia, apenas o ar que entrava para dentro de mim. Aquele ar alimentava meu corpo e ventilava minh'alma. Ninguém poderia entender o que acontecia dentro do meu universo. Ninguém que me visse cruzar a esquina, correndo feito um louco no temporal poderia entender o prazer que eu sentia!...

Eu precisava correr na chuva, para compensar todo tempo que fiquei sem correr!

Abraços!
Bira.


Cabeça de Corredor...

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(...) É bem possível que durante um treino, a cabeça e o coração dos corredores troquem de lugar sem que ninguém perceba (...)
Cabeça de Corredor, gif animado com recorte de imagens da internet - Bira, 26-02-16.

Cabeça de Corredor...

Amigos!

"O que é que tá se passando com essa cabeça?" *

Essa cabeça de corredor, que faz você ficar ansioso pela próxima corrida, pelo próximo treino. Que não se conforma com o preço estratosférico dos tênis, mas sonha ter um Garmin de última geração.

Essa cabeça de corredor, que faz você resistir e prosseguir em uma maratona mesmo depois de esgotado. Que aplica esse exemplo de superação nos problemas da vida, e que sonha ter, na vida, mais tempo disponível para praticar esporte.

Essa cabeça de corredor, que faz você acreditar que ainda pode baixar seus próprios recordes. Que nunca percebe quando está vivenciando os melhores momentos, somente depois que tudo passa, como passam os corredores.

A mesma cabeça que lhe ajuda, confunde também...

Ela não tem paciência para esperar uma lesão ficar curada, pois tem pressa de expulsar as mágoas no suor da pele. Ela quer perceber o ar fresco inflar os pulmões e dele sair aquecido, resultado da queima de toda impureza acumulada... É que cabeça de corredor tem mania de limpeza do corpo e da alma!

A mesma cabeça que lhe ajuda, confunde também... 

Quando você estiver retornando a correr, depois de ficar parado por um longo período, seu corpo não aguentará o tranco. Sua cabeça, no entanto, vai querer que você corra mais, podendo até lesionar de novo... É que cabeça de corredor não se conforma com pouco!

A mesma cabeça que lhe ajuda, confunde também... 

Cabeça de corredor pulsa feito o coração. É bem possível que durante um treino, a cabeça e o coração dos corredores troquem de lugar sem que ninguém perceba. Talvez seja por isso que quando eu corro, vejo o mundo que não figura nas manchetes de jornal e tenho esperança... É que cabeça de corredor não se conforma com os limites do boné!

"O que é que tá se passando com essa cabeça?"

Essa cabeça de corredor que deseja, resiste, supera, sonha, acredita, ajuda, confunde, não tem paciência, extravasa as mágoas, tem manias, não se conforma, tem esperança e, por fim, se liberta!

Abraços!
Bira.

* frase da música "O que É Que Há" de Fábio Jr. e Sérgio Sá.



8 Poemas (de Corrida!) - Seleção 8 Anos!

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(...) A Providência Divina que se apresenta nos trechos mais difíceis da prova e socorre os corredores esgotados, e os conduzem até a linha de chegada (...)

8 Poemas (de Corrida!) - Seleção 8 Anos!

Amigos!

Ninguém precisa ser poeta para fazer poesia, basta sair para correr e abrir os olhos que um poema surgirá... Experimente!

Ninguém precisa correr nas paisagens mais belas, da Cidade Mais Bela, para encontrar um poema. Nesses oito anos de estrada, já deparei com poemas à beira do mar ou diante de um valão... Acredite!

Corra na Zona Sul ou na Baixada e descubra que a beleza reside nos seus sentimentos. Depois revele o que viu... Arrisque!

Em oito anos de blog eu arrisquei alguns poemas, dos oito que trouxe para essa coletânea... Confira!

1º Lugar: Então Vais, Homem Água!

Quando um amigo, pelo Facebook, pediu que eu escrevesse sobre Hidratação, eu lhe disse que era leigo e só poderia fazê-lo de "forma poética"... Falei isso por falar, sem imaginar que fosse possível escrever sobre um assunto técnico, na forma de poesia... Mas foi!.. A postagem "Então Vais, Homem Água!" apresenta um poema exaltador, escrito na segunda pessoa, porém atual... Só lendo:
Confira!



2º Lugar: Vídeo-Crônica - Sou Corredor!

Quando eu promovi um encontro de blogueiros de corrida, no Rio, homenageei os meus colegas com esse poema. Era véspera de Maratona do Rio e eu mesclei as imagens dos vídeos de Vannucci Jr. (blog Corrida Rústica) com a minha declamação... Clique no vídeo ou confira a postagem original. 

3º Lugar: Poema do Corredor Machucado.

Fazia mais de um ano que eu estava lesionado, com minha cabeça a mil. Muitas vezes eu queria fazer postagens sobre o assunto, mas isso não é nada atrativo e eu recuava. Meu jeito foi postar um poema meio louco e surreal. Um texto fantasiando o assunto e disfarçando o drama... Um desagravo... "Corredor Machucado"é cada um de nós, num dado momento em que só falamos frases curtas, simplesmente porque nem queremos falar... Confira!


4º Lugar: Vem, Deus, na Maratona do Rio!

Quis descrever cada trajeto da minha prova predileta, comparando os trechos aos períodos da vida. Os momentos de paixão, nos primeiros quilômetros. Os momentos de euforia infantil no trecho entre a Barra da Tijuca e São Conrado. A Providência Divina que se apresenta nos trechos mais difíceis da prova e socorre os corredores esgotados, e os conduzem até a linha de chegada...Confira!




5º Lugar: Correr, Tropeçar, Chorar e Sorrir...

Recorri à poesia para falar da cura de transtornos emocionais e substituição de vícios pela corrida. Baseei-me nos relatos de alguns amigos corredores que já sofreram de depressão ou vícios antes de começarem a correr...
Confira!







6º Lugar: Cordel Urbano do Treinão Rio da Prata.

Quando fui participar de um treinão em Rio da Prata - um sub-bairro de Campo Grande, no Rio - eu sequer imaginava o que teria pela frente: Um magnífico treinão de montanha no Vale das Taxas!

Fiquei encantado e ousei descrever o evento em forma de um cordel. Mesmo não sendo cordelista, criei um cordel urbano...
Confira!



7º Lugar: Se Um Dia Eu Parar de Correr...

Tudo que um corredor deseja é nunca parar. Um dia, no entanto, isso será inevitável e nada posso fazer, além deste poema...

Confira!












8º Lugar: Corro Dentro de Mim.

Primeiro eu fiz uma imagem e uma frase para promover o blog. Depois veio o poema...

Confira!







Ninguém precisa ser poeta para fazer poesia, basta sair para correr e abrir os olhos que um poema surgirá... Experimente!

Abraços!
Bira.

Correndo, Tudo É Simples!

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(...) Tudo parece ser secundário para um corredor, enquanto ele não realiza o seu treino. Nada parece ser secundário, depois (...)


Sistemas - gif montado com recortes de imagens da internet.

Correndo, Tudo É Simples!

Amigos!

Tudo parece ser secundário para um corredor, enquanto ele não realiza o seu treino. Nada parece ser secundário, depois... É que depois de saciado, o corredor fica embebido de suor e gratidão. Seus sentidos estão apurados. O ar que ele respira traz prazer, tanto quanto um simples copo d'água que ele bebe. Todos os processos fisiológicos de seu corpo se equilibram e esse bem-estar atinge a alma. Um corredor saciado está embriagado de endorfina e otimismo. O mundo e seus problemas giram na sua cabeça, mas nada parece ser tão grave para quem consegue ser feliz, simplesmente correndo!...

Ah, se todo mundo no mundo pudesse correr e sentir como tudo é tão simples!

Toda complicação é secundária para quem escolhe viver momentos simples. Nenhuma delas parece ser tão complicada depois... É que ao correr viajamos no nosso próprio veículo. Enxergamos a nossa própria paisagem... E como é bela a paisagem de quem está feliz! Nenhuma emoção artificial é mais intensa, nenhum ajinomoto empresta mais sabor! Aditivos, comprimidos e estimulantes que vêm de fora, não são tão eficazes quanto os insumos do próprio corpo... Correr é redescobrir que a natureza colocou dentro, tudo que o homem de hoje procura fora de si!...

Ah, se todo mundo no mundo pudesse correr e extrair seus próprios insumos!

Toda sincronia do corpo com a mente e com a alma pode se transformar durante e depois de uma caminhada. Temos exemplos de mudanças fenomenais na vida de pessoas que começaram a correr. Problemas de relacionamento são sanados depois que um novo corredor melhora a auto-estima, ou seja, relaciona-se melhor consigo mesmo. Seus novos amigos lhe convidam para mais um treino nas "novas" ruas do seu "novo" bairro. Sua "nova" cidade lhe sorri, nas manhãs ensolaradas de domingo. Se chove forte e troveja, o corredor não se assusta e imagina que o céu dá gargalhadas, e diz: "Não sou feito de açúcar... Posso correr na chuva, sim senhor!" - e depois também gargalha.

Ah, se todo mundo no mundo pudesse correr e gargalhar no sol ou na chuva!

Quando estamos correndo, tudo é tão simples, ao ponto de nem percebermos... É que a felicidade não se deixa perceber quando flui ao seu lado. O conforto e o descanso invade quem corre, ("como assim?" - diria o leitor: conforto e descanso enquanto se corre??) é que quando atingimos nosso ritmo confortável, repousamos no próprio movimento e esquecemos que estamos correndo. Esquecemos do que somos, do que temos e sentimos. Se alguma coisa sentimos, imediatamente esquecemos. Todas emoções que temos são deixadas na passada anterior, substituídas na passada atual e assim sucessivamente. Essa troca acelerada de emoções dá intensidade à vida!...

Ah, se todo mundo no mundo pudesse correr e viver tão intensamente feito um corredor!

Abraços!
Bira.

Último Dia de Férias

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(...) Tanta coisa se pode fazer no último dia de férias: 1- Acordar mais cedo para correr; 2- dormir mais um pouco e deixar para correr mais tarde (...)


Último Dia de Férias

Amigos!

Tanta coisa se pode fazer no último dia de férias: 1- Acordar mais cedo para correr; 2- dormir mais um pouco e deixar para correr mais tarde; 3- ir à praia, ao cinema, ao supermercado; 4- resolver um problema que eu sempre deixei pra depois...

Decidi fazer, agora, essa postagem e depois resolver o tal problema, mas à tarde eu vou é correr! Se tudo der certo, fecharei minhas férias correndo... "E daí??" - você pergunta: "O que isso tem de mais?" Eu respondo que "tem tudo de mais!". Para quem ficou mais de um ano e meio sem correr, como eu, é simplesmente demais!

Graças aos treinos que fiz durante as férias, eu estou, aos poucos, entrando em forma. A lesão, que me impedia de correr, regrediu e a impressão é que estou quase curado. Ainda tenho cuidados, mas já posso ter planos. Fiz minha inscrição na meia maratona da Asics. Sei que não vou conseguir meus melhores tempos na prova, mas participar de uma prova me remeterá aos meus melhores dias.

Semana que vem voltarei a fazer musculação, no Centro. Já tenho planos de deixar minha roupa no armário da academia e ir de casa para o trabalho correndo, pela manhã. Fiz isso várias vezes, no tempo das vacas gordas e é muito bom. De Irajá até o Centro são 22 km. Enquanto as pessoas se espremem nos coletivos ou se estressam no trânsito, eu seguia correndo nas bordas do asfalto ou pelas calçadas. Só fica ruim, um pouco, na Avenida Brasil devido à fumaça dos carros. Mas pensando bem: se eu estivesse dentro do ônibus, respiraria o mesmo ar.

Nessas minhas férias eu não embarquei em nenhum avião para descer nas praias do nordeste como gostaria de fazer. Em vez disso calcei os tênis e viajei correndo no asfalto. Na parte física, recuperei parte do que havia perdido. Na mente, a esperança de voltarei a correr, de fato.

Abraços!
Bira

Mulheres Que Correm Sorriem Mais! (2016)

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Amigos!

Nova pesquisa do "Instituto BiraNaNet" confirma: Mulheres que correm sorriem muito mais! 

Não é nenhuma novidade, basta olhar no Facebook. O meu, por exemplo, tem corredoras de todo Brasil!... É muita beleza e simpatia juntas! Nesse Dia Internacional da Mulher eu selecionei três lindas mulheres, para descrever brevemente, em nome das demais, confira:

Duzza, nossa musa!

Duzza Alves Barbosa, na Bravus Race 2015 - foto de arquivo pessoal.
Não basta ser bela: uma baiana que vive e corre no Rio tem que ter simpatia... Tem que ter muita disposição para encarar a Ultra dos Fuzileiros ou subir o pódio na Bravus Race... Tem que ter ousadia para encantar na Avenida do Samba ou para (ela mesma!) surpreender seu namorado no fim de um treinão, com um inusitado pedido público de noivado. Essa musa, que agora tem "dono", vai sacramentar o enlace brevemente num outro treinão... Estou só esperando para registrar.

Sheila, bela e talentosa! 

Sheila Zanesco se preparando para mais um desafio: Rei e Rainha do Mar, em Copacabana - foto de arquivo pessoal.
Não basta correr, nadar e pedalar: Uma paulista que vive no Rio tem que ter "sede de natureza", como ela define a si mesma... Para tentar aplacar essa sede, Sheila Zanesco mergulha nas montanhas e escala as ondas do mar, mas isso ainda é pouco... A belíssima multi-atleta ainda precisa subir numa bike e percorrer, nas linhas de seu blog (Atividade 360), toda a beleza da terra que lhe adotou. Acho difícil encontrar uma carioca tão completa quanto essa paulista de São José dos Campos.

Brigida, a fada do pódio!

Brigida Anjos, a poucos metros de vencer mais uma corrida no Rio - foto de arquivo pessoal.
Não basta subir no pódio e erguer um troféu: Uma corredora de elite tem que ter um charme que brilhe bem mais que o seu prêmio... Brigida Anjos tem uma beleza que extrapola seu corpo de fada da Escola de Samba Estácio de Sá, este ano. Posta, no Facebook, seu engajamento na luta pela reconstrução do Estádio de Atletismo Célio de Barros ou sua vitória no Circuito Rio Antigo dizendo: "Esforço todo meu! Como tudo em minha vida... Obrigado Deus, por ser assim como sou!" Personalidade.

Dia Internacional da Mulher!

Eu teria muito mais mulheres corredoras para descrever, aqui, mas não dá tempo: já é madrugada do Dia Internacional da Mulher. As mulheres são maioria entre os leitores deste blog. Sinto-me feliz e recompensado... Sem elas, eu não teria o que dizer e sequer seria quem sou!

Abraços!
Bira.

Descanse Enquanto Corre!

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(...) Bastaria uma caminhada para "descansar a mente"... Mas não é só isso. O melhor do banquete é dado para o corredor que está no auge da forma (...)

Corredor Plasma - gif animado composto com recortes de imagens da internet - Bira, 10-03-16.

Descanse Enquanto Corre!

Amigos!

Eu me lembro bem, não é de hoje que isso acontece comigo. Foi lá nos anos 80 que eu já descansava correndo...

Naquela época, meu trabalho era braçal em uma madeireira. Eu era conferente, mas ajudava os peões a descarregarem imensas carretas com tábuas de pinho. Fazia isso para ganhar músculos e parte das gorjetas dos carreteiros. Lembro que a peãozada tinha relógios nos estômagos: dava onze da manhã e a fome não deixava ninguém esquecer de colocar as marmitas na estufa. Às cinco e meia da tarde eu largava. Chegava em casa de noite, bastante cansado, mas ia para a rua correr.

Eu me lembro como se fosse hoje, eu vivi uns três anos assim: trabalhando duro de dia e correndo à noite, para descansar... Isso mesmo: eu descansava correndo! Durante e depois dos treinos, eu nem tinha ideia de que, dentro de mim, a beta-endorfina provocava sensações de relaxamento e bem-estar. Naquela época, não havia multidões de corredores, como hoje, nem uma internet acessível, explicando o que são endorfinas. As endorfinas eram recém-descobertas e a internet, extremamente restrita. Mas pessoas, como eu, não precisavam entender de internet ou endorfinas para correrem, ignorantes e felizes. Fui feliz, até que tive crises de cálculos renais que me afastaram da ativa e eu parei completamente.

Em 2008 voltei a correr, quando já não era nenhum um garoto e precisava vestir os óculos para ver o mundo na tela de um computador. A internet já era realidade pra mim e as endorfinas, como tantas outras coisas, já haviam chegado ao conhecimento geral. Os relatos dos efeitos deste hormônio natural deixaram os livros de ciência, ganhando as páginas de sites e revistas. Os velhos jornais de papel deixaram as bancas e, digitalizados, entraram na "nuvem". Tanta gente também entrou na "nuvem" para imprimir suas ideias!... No céu virtual, eram tantas ideias que elas se chocavam, causando tempestades e crises reais. As redes sociais pareciam trazer mais boçalidade que inteligência, mas não deixavam de atrair cada vez mais público. Nesse caldo da rede estavam os amigos, que não deixavam de atrair cada vez mais amigos. Então surgiram os amigos virtuais, que eram novos corredores amigos... E eles eram muitos!... Foi assim que começamos a marcar treinões coletivos para que todos se conhecessem, fora do Facebook. Deixávamos de dividir os pixels para compartilhar a água e o suor...

Mas voltando ao assunto de "descansar correndo", creio que isso ocorre em vários níveis. Mesmo para aqueles que ainda estão começando a se mover. Bastaria uma caminhada para "descansar a mente"... Mas não é só isso. O melhor do banquete é dado para o corredor que está no auge da forma, ou seja, cujo corpo está totalmente adaptado ao treinamento. Quando o ritmo do atleta flui, o corpo parece correr sem precisar de comando. Uma corrida invisível também se dá nas vias internas do organismo, carregando ar para as células arderem de energia e calor. É quando o mesmo ar que alimenta essas chamas internas, também ventila e refresca a pele do lado de fora.

Nos capilares do organismo é lançada a endorfina. O prazer e o bem-estar convertem a alma que infla e se espalha para além do corredor. É quando tudo fica pequeno, diante dos olhos da alma, que o atleta se liberta e descansa, embora em pleno movimento. Esse momento de descanso pode ser breve, na medida que se faz intenso, ou perdurar mais um pouco. Já batizei, em outra postagem, como  O Momento X - "eterno enquanto dura" na memória de quem já sentiu.

Sim, é possível descansar correndo, bem como viajar nas próprias substâncias que a natureza colocou dentro da gente!

Abraço!
Bira.
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